sábado, 16 de março de 2013

A REAL SITUAÇÃO DAS RODOVIAS MINEIRAS


A CNT (Confederação Nacional do Transporte) realiza desde 1995 um levantamento das reais condições das rodovias brasileiras. São compilações de dados apresentados de forma muito simples e clara, mas sem perder a relevância. Através da página da entidade (http://cnt.org.br/Paginas/Pesquisas_Detalhes.aspx?p=3) qualquer pessoa pode ter acesso aos documentos, fotos e boletins de forma gratuita.
Então chegamos à questão central desta postagem: qual a atual situação das rodovias mineiras? E qual a correlação entre esta situação e o número de atropelamentos de animais nas estradas? Apresentaremos aqui alguns dados (de forma objetiva) que poderão esclarecer um pouco mais estas questões:
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      1-  Situação geral das rodovias:

Quando analisamos o estado geral das rodovias, as rodovias mineiras se comparam com aquelas da região Norte e Nordeste, pois são em sua maioria classificadas como ‘regular’ e ‘ruim’. A porcentagem classificada como ‘bom’ ou ‘ótimo’ não passa dos 34% do total de suas rodovias. Se levássemos em conta apenas a porcentagem de rodovias classificadas como ‘ótimo’ ou ‘bom’, Minas Gerais ocuparia a vergonhosa 15ª posição no ranking nacional.


2-  Características das rodovias:


Aqui verificamos que as rodovias mineiras são em quase sua totalidade do tipo ‘pista simples de mão dupla’, fator que pode ser associado aos altos números de atropelamentos, por serem relativamente menos seguras, principalmente quando associamos ao fato de que quase 80% das rodovias estudadas apresentam algum tipo de desgaste ou problema em seu pavimento.
     Já as barreiras centrais funcionam como barreiras físicas para os animais, o que pode funcionar como uma ‘faca de dois gumes’. Se por um lado elas podem auxiliar para diminuição dos atropelamentos, evitando que os animais atravessem as rodovias; também podem, por outro lado, se não associadas à zoopassagens, provocar perda genética entre diferentes populações de uma mesma espécie (ex: um grupo de lobos-guará que não pode atravessar a rodovia fica impedido de trocar material genético com outros grupos da mesma espécie que vivem do outro lado da mesma área).
    Apesar das placas apresentarem aparentemente visíveis e legíveis, uma constante não foi avaliada: será que as placas estão inseridas nos locais necessários? Na própria experiência do ‘Projeto Atropelados’, algumas placas A-36 ‘Animais selvagens’ (aquela mesma que sofre sério preconceito por parte da população...) estão em trechos com nenhum relato de animal atropelado. 




3- Gestão publica x federal x concessionárias

Aqui os dados são quase autoexplicativos. Fica evidente que os trechos administrados por concessionárias são de qualidade muito (muito!) superior que aqueles regidos pelos órgãos públicos e federais. É um dado que leva a outro nível de discussão, que pretendemos trabalhar nos posts seguintes!


Para finalizar, deixamos a classificação das rodovias monitoradas pelo ‘Projeto Atropelados’. O projeto parte com a ideia de apresentar ao DNIT dados que possam auxiliar na resolução de alguns destes problemas, como a sinalização. Porém, isso não é suficiente, pois é necessário que toda a sociedade fique ‘de olho’ para que nossos governantes utilizem as verbas destinadas para melhoria das nossas rodovias com bom senso, optando por empresas que usem os estudos ambientais como realmente merecem, e não os tratem como um monte de papelada que é arquivada e esquecida!








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